Zianna Oliphant tem apenas nove anos. Mas foi dela o discurso mais emotivo sobre o racismo e os conflitos que surgiram em Charlotte, Estados Unidos, depois da morte de negros pela polícia.
A criança, que nasceu e cresceu nesta cidade, disse que precisava de dizer o que sentia.Zianna tomou a decisão de discursar quase no último minuto numa sessão da Câmara Municipal da cidade. Disse à NBC que, apesar de nervosa, decidiu dizer o que sentia. Acrescentou que sentia que a polícia estava a atacar as pessoas devido à “cor da pele” e considera que “não está certo”.
Tanto Zianna como o seu irmão discursaram, mas foi a rapariga que frequenta o quarto ano do ensino primário (4ª classe) que emocionou pessoas por todo o mundo. “É uma pena que os nossos pais e mães sejam assassinados e não possamos voltar a vê-los. É uma pena termos de ir ao cemitério e sepultá-los. E derramarmos lágrimas. Não devíamos derramar lágrimas. Precisamos que os nossos pais e as nossas mães estejam ao nosso lado.”
A mãe de Zianna disse estar orgulhosa da filha mas também emocionada porque considera que não devia ter de dar a conhecer aos seus filhos casos de “discriminação e racismo”. Ela tinha levado os filhos à sessão mas não esperava que eles fossem discursar. A mãe sublinhou que os irmãos costumam estar rodeados de polícias que “fazem coisas muito boas por eles”, garantindo que não se trata de uma questão de ódio: “Não é ódio. Nós não odiamos a polícia”. Vários protestos pacíficos intensificaram-se depois de a polícia de Charlotte ter divulgado as imagens de Scott, um afro-americano. Scott foi baleado pelo agente Brentley Vinson durante um confronto no parque de estacionamento de um complexo residencial, onde a polícia se deslocou à procura de um suspeito. Segundo a polícia, Scott estava armado.
Desde o início de 2015, registaram-se cerca de 400 mortes de homens negros provocadas pelas autoridades policiais norte-americanas.
Font: bcfilmsangola
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